sábado, 9 de abril de 2011

Era uma vez : Fraldas...Penicos

Detalhes sobre o parto de Mariana, filha de Ana Maria Braga, que deu a luz a Joana dia 03/02/2011, em sua casa, juntamente com as fotos já pipocam por ai.Adorei a maneira como ela colocou que a mulher tem que estar preparada e focada nesse tipo de parto. Mas confesso que o que mais me chamou a atenção foi o assunto fraldas. As mamas do nosso grupo estão optando direto pelo uso das fraldas de pano. Trabalhoso sim, mas muito mais responsáveis. Porém ao detectar assaduras, Mariana adotou uma sistema, que nunca tinha ouvida falar: "elimination communication" ou "evacuation communication". Interessante! Isso nos mostra claramente quão inteligentes nascemos e como os bebês são subestimados. Ressaltando também a comunicação entre a mãe e o bebê que já acontece antes do nascimento.

Técnica ensina bebês de colo a "irem ao banheiro"
 

MARY PERSIA
Editora de Equilíbrio da Folha Online

Com seis semanas, Flora já começava a fazer o que algumas crianças perto do segundo ano de vida não conseguem. Sentada no troninho, fazia o "número dois" sob o olhar atento da mãe e dos irmãos. Hoje, aos seis meses, fraldas são coisa de seu breve passado.
A menina, que mora em Shoreline, Washington (EUA), foi treinada pela mãe, Nadine Martinez, 27, para a EC (sigla de "elimination communication", ou comunicação para evacuar). A técnica ensina crianças que sequer balbuciam suas primeiras sílabas a dar dicas de quando querem fazer cocô e xixi.
A EC é baseada na habilidade natural da criança de "avisar" quando precisa fazer suas necessidades. A técnica consiste em prestar atenção aos sinais e estabelecer um marcador (um chiado, por exemplo) que o bebê relacione ao ato de evacuar. A partir daí, segundo especialistas, a criança passa a entender que o marcador é um sinal verde para usar o banheiro.

Joseph, 3, Flora, então com 2 meses, e Madison, 7, filhos de Nadine; foto marca 1ª vez em que irmã pôs bebê no penico com sucesso
Joseph, 3, Flora, então com 2 meses, e Madison, 7, filhos de Nadine; foto marca 1ª vez em que irmã pôs bebê no penico com sucesso.Arquivo pessoal

Quando Flora nasceu, Nadine decidiu usar fraldas de pano --que voltaram a ganhar espaço nos Estados Unidos e Europa recentemente. Mas, cansada do trabalho de lavá-las, procurou uma alternativa e passou a treiná-la para a EC, sob orientação da Diaper Free Baby, entidade com base em Massachusetts (EUA).
"Já tinha ouvido falar disso, mas a idéia parecia ridícula. Só depois de ir a um encontro da ONG é que entendi o conceito", diz a mãe.
Com seis semanas, Flora já usava o penico, mas incidentes ocorriam com freqüência. Um mês depois, as fezes já não "escapavam" e quase todas as urinações estavam sob controle.
"No começo, tirei as fraldas e mantive uma manta sob o bumbum. Eu ficava alerta para os sinais de que ela queria evacuar, e percebi que ela fazia um ruído e se contorcia, além de empurrar as pernas para cima", relata. "Passei então a erguê-la sobre um penico e fazer um barulho, um 'psss'."
Segundo a mãe, Flora pareceu entender o que deveria fazer quando ouvia o chiado --mesmo quando era alarme falso. "Se eu me enganasse e a colocasse no penico sem necessidade, ela fazia sons e tentava evacuar. Ficava maravilhada quando via aquilo."
Segundo os defensores da idéia, não é necessário dedicar-se à EC em tempo integral. Mesmo treinamentos ocasionais podem ser eficazes. "Tenho três filhos, e tanto eu quanto meu marido trabalhamos fora", ressalta Nadine.
Técnica ancestral
Ingrid Bauer, autora do livro "Diaper Free - The Gentle Wisdom of Natural Infant Hygiene" ("Sem Fraldas - A Sabedoria da Higiene Infantil Natural"), afirma que, quando o treinamento começa antes dos seis meses de vida, os resultados aparecem mais facilmente. Segundo ela, a técnica é ancestral e bastante usada na Ásia, África e em algumas regiões da América do Sul.
Linda Sonna, outra especialista em IPT ("infant potty training", treino para usar o penico, conceito vinculado à EC), afirma que o uso massivo e contínuo de fraldas não passa de um mau hábito estabelecido pela indústria de produtos infantis. "Adiar [o uso do penico] tem sido muito bom para as empresas. A verdade sobre essa habilidade dos bebês deve ser um dos segredos mais bem-guardados dos Estados Unidos", defende a psicóloga.
Assim como a amamentação --no passado considerada algo natural, décadas atrás preterida e atualmente de volta às rodas de discussões maternas--, a técnica representa uma volta ao passado. Laurie Boucke, que já lançou livros e DVDs sobre o assunto, afirma que, antigamente, os bebês eram enfaixados com tecidos que também tinham a função de conter suas fezes. No século 19, "quando higiene se tornou uma virtude", as crianças passaram a ser erguidas sobre o penico até aprenderem a utilizá-lo.
Mas há controvérsias quanto à eficácia e aos benefícios dessa prática. Segundo a Academia Americana de Pediatria, crianças com menos de um ano não têm controle dos músculos da bexiga e dos intestinos. Psicólogos contrários à idéia também afirmam que se trata de mais uma tentativa de "adultizar" os bebês. Ainda não foi relatado, porém, nenhum caso de dano físico ou emocional relacionado à prática da EC.
"Não podemos imaginar nossa vida sem isso", diz Nadine. "No futuro, começaremos a praticar a partir do nascimento."

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